Ele adorava a América. Nos dias em que a ração era boa ele exclamava: América! Quando via um primeiro-tenente «fino», dizia: América! E como eu era bom atirador ele chamava aos meus tiros: América! Joseph Roth, Hotel Savoy
Tendo ontem chegado já tarde à estação do Entroncamento tive de pegar um táxi convencional por a Uber já não fazer serviço a partir de certa hora. Entrei expectante sobre o tempo que iria demorar o taxista a dizer mal dos pretos, ciganos ou imigrantes em geral. Não disse, mas há que refrear o optimismo. Nem um minuto demorou para começar a falar mal do Entroncamento, isto é, do que deveria ter sido feito pela anterior câmara, mais isto e aquilo de errado nos últimos anos para, logo de seguida, desabafar três vezes que do que o Entroncamento precisa é de políticos que gostem de Portugal e dos portugueses. Achei estranho ele não ter dito políticos que gostem do Entroncamento e das pessoas do Entroncamento, mas logo pensando tratar-se de um taxista e, como se isso não bastasse, de um dos três concelhos de Portugal onde André Ventura foi eleito presidente de câmara, passou a fazer todo o sentido.



















