«Conheço Taddeus Montag, o amigo de Zwonimir, pintor de tabuletas, mas que no fundo é caricaturista. É meu vizinho, mora no quarto 705. Já estou aqui há meia dúzia de semanas e, ao meu lado, Taddeus Montag passa fome e nunca grita. As pessoas são mudas, mais mudas que os peixes [...].»
Houve um tempo em que era S. António a dar sermão aos peixes. Resultado de um processo evolutivo socialmente modificado, o que vemos hoje são bem nutridas petingas em solo firme e de cujas potentes goelas são expectorados estrepitosos e desconchavados sermões, enquanto os velhos Santo Antónios deste mundo, lutando contra as ondas, deixaram de se ouvir. Entretanto, tampões nos ouvidos aconselham-se, e não é por causa da água.
