01 novembro, 2025

HALLOWEEN

Velázquez | Cristo Crucificado [1632]

O modo tão natural e sorrateiro que quase nem se deu por isso, como em tão pouco tempo passámos dos santos e bolinhos para as abóboras e bruxas, ou seja, de um imaginário cristão para um imaginário pagão, leva-me a desconfiar que talvez não tenha sido assim tão diferente a passagem do imaginário pagão para o imaginário cristão nos primeiros anos do anterior milénio. A história é mesmo assim, não funciona por decreto (se bem que no caso da religião alguma dela tenha sido imposta aos respectivos povos), mas como um novo gás, invisível e inodoro, lentamente inalado, levando as pessoas a adormecerem com uma consciência para acordarem na manhã do dia seguinte já com outra.