26 maio, 2024

ETERNO RETORNO

Três regressos, concentrados em poucas centenas de metros, numa cidade a acordar e ainda não violentada pelo barulho e fumo dos carros. Os jacarandás, incendiando o ar e o chão, o cheiro das tílias exacerbado pela humidade da noite que ainda resiste, e os agapantos, com todo o peso do seu significante, soando ao mais antigo da Grécia Antiga. O que se pode perder na vida por acordar e ficar em casa fechado a ler um livro ou as notícias dos jornais, sempre iguais apesar de sempre diferentes. Antes o que é sempre igual e que desejamos que continue sempre igual, nem que seja concentrado em poucas centenas de metros.