25 maio, 2024

MEINE MESSE


Não surpreende a estremada ligação de políticos nacionalistas, xenófobos, ideólogos do ódio, para além de primários e boçais, à Bíblia e ao Cristianismo. De Trump a Bolsonaro, passando por Putin ou Orban. Ou Maximilian Krah. Porque passa uma imagem de intrepidez moral num mundo meio perdido e sem valores [a luta contra o aborto enquanto obra do Diabo chega a dar uma aura de santidade], porque são dois mil anos de cultura judaico-cristã que dão baile às profanas e seculares ideologias que alimentam os partidos do "sistema", e sendo a fé bem mais fidelizável do que a racionalidade política que muda com a direcção do vento. Mas também porque o que haverá de melhor para disfarçar a profunda identidade anti-cristã e anti-humanista desses políticos, do que uma Bíblia que assenta na mão como uma luva e uma febril invocação de Deus que quase nos leva às lágrimas? Paris valeu bem uma missa para Henrique IV, mas agora é pelo mundo inteiro. A luta continua.