Durante quase toda a sua existência, a escultura foi subtractiva. Como dizia Miguel Ângelo, é pegar num bloco de pedra e tirar de lá o que está a mais. Hoje, pelo contrário, é essencialmente aditiva, pois o que faz é sobretudo acrescentar materiais. Já na vida deverá ser o oposto. É desejável que comece por ser fervorosamente aditiva, fazendo, desde essa pré-história que é a nossa infância, aumentar, acumular, juntar, conjugar coisas diferentes. Mas, depois, a partir de dada altura, tornar-se subtrativa: como Miguel Ângelo, pegar num escopo e martelo para reduzir ao essencial o bloco de pedra diante de nós.