01 julho, 2024

CONSONÂNCIA COGNITIVA

Retiro o que disse. Dizia eu que quanto mais descontraído, seguro e confiante alguém estiver com o que é, mais descontraído, seguro e confiante estará para, sem medo ou sem vergonha, se relacionar com o que não é ou mesmo com o contrário do que é. E disse-o porque embalado por padrões mentais de bom senso e normalidade que, por manifesta ingenuidade, tendo a associar ao ser humano em geral. Mas o que dizer de um racista, de um xenófobo ou de um pró-fascista, tão seguros, confiantes e descontraídos por serem o que são? E, pelos vistos, é para aí que o mundo caminha. Ora, se a Psicologia é uma ciência, e se a ciência incide sobre padrões, regularidades e previsibilidades, ainda que, como diria David Hume, contingentes, então é caso para dizer que quanto mais descontraído, seguro e confiante alguém estiver com o que é, menos descontraído, seguro e confiante estará para ter medo e vergonha de se relacionar com o que não é, e mais ainda com o contrário do que é.