Que outra resposta esperar desta simpática vitoriana, contemporânea de Napoleão III, nascida muito antes de Freud abanar as consciências europeias, do cinema ser inventado, ou Alexander Bell apresentar o telefone, apenas um pouco depois de Marx ter publicado O Capital, ou de um jovem desconhecido chamado Nietzsche chegar a Basileia para dar aulas? Questiono agora que resposta esperar quando, daqui a 108 anos, o mesmo se perguntar a quem esteja agora a nascer. No último ÍPSILON, António Guerreiro, pegando na actual mania dos balanços e das novidades que, por tudo e por nada, inauguram novas épocas históricas, chama um historiador francês, François Hartog, para referir o facto de à normal categoria de aceleração histórica, certamente experienciada pela anciã inglesa, se sobrepor agora a categoria de aceleração da aceleração, fazendo com que o que mal acaba de nascer se torne logo passado, reduzindo assim a experiência do tempo ao presente. Daí talvez a resposta venha a ser: "Nada". Para quem vive num mundo de voraz mudança e novidade, a mudança e a novidade deixam de existir. É como a ventoinha, cuja velocidade faz parecer que está parada.