Mães há que, quando sou professor dos filhos, são escancarados sorrisos, exuberantes acenos, nalguns casos até despropositadas atenções que preferia não receber. Disposições que logo se dissipam quando deixo de ser professor deles, não havendo sequer saldo para um formal cumprimento ou um amarelado sorriso. Pelo que vou ouvindo entre os meus pares, parece mais normal do que se esperaria. E sempre as mães, nunca os pais. O que não deixa de ser comovente pelo seu lado tão ingenuamente animal. Sendo a mãe que gera o aluno, sendo a mãe que dá à luz o aluno, sendo a mãe que amamenta o aluno, é pois da mãe que depende mais a sobrevivência e desenvolvimento do aluno, ainda que este já beba mais cerveja do que leite e se incline para outros peitos. É por isso normal que, de acordo com os mais elementares preceitos naturais, depois de incubadora, fique incumbente de zelar pela protecção da cria. Ultrapassada que foi mais uma pequena ameaça, há que continuar a ser eficaz, concentrando todas as energias nas ameaças que se seguem.