05 agosto, 2024

REFUGIADOS


No penúltimo Correo del Artenewsletter semanal do El País, escrevia Ana Marcos, editora de cultura do jornal, sobre o grande potencial dos museus como refúgios climáticos. Dias depois vou dar com este cartaz à entrada de uma exposição. Entre muitas outras categorias, há quem goste mais de cães e quem goste mais de gatos, os que preferem a praia e os que preferem o campo, os que querem banheira e os que querem poliban. Pronto, uma nova dicotomia se anuncia: os refugiados em museus e os refugiados em centros comerciais, os que preferem sentir-se frescos diante de um Velásquez ou Rothko, ou a nova colecção da Zara. Na insuportável estufa em que o mundo se está a tornar, duas pessoas conhecem-se e uma das primeiras coisas que irão querer saber uma da outra é se são das que se refugiam em museus ou das que se refugiam em centros comerciais, vindo também a ser uma das principais causas de divórcio.