21 julho, 2024

PUT THE BLAME ON MAME


O homem, latino-americano, percebendo que eu tinha acabado de fotografar, tira a máscara e, educadamente, pergunta-me por que estava a fotografar aquele sítio. Educadamente, mas não sem aquele sorriso nos lábios de quem está a pensar «Por que raio está a tirar fotografias a esta porcaria de sítio em vez de todos aqueles glamorosos locais onde os turistas fazem as selfies?». E o que haveria eu de dizer a não ser o óbvio? Que gostava de fotografar sítios em ruínas, sítios que estiveram outrora cheios de vida, e que, entretanto, morreram para dar lugar a outros novos. Quanto ao verdadeiro motivo, nem eu saberia explicar e, muito provavelmente, nem ele iria perceber.