Comi ontem um iogurte quinze dias para lá do prazo de validade, fazendo também uma omelete com ovos que, apresentando o dia treze, me fez esticar ainda mais a corda. Não notei qualquer alteração nos respectivos sabores e, no que ao meu organismo diz respeito, não houve manifestações de protesto. Tudo passou e com bom proveito. Fiz precisamente o contrário do que andamos todos a fazer nas nossas vidas às quais impomos prazos de validade tão absurdos como os dos iogurtes ou os dos ovos. Depois, sem darmos por isso, ficamos ainda mais cativos nas mãos de Cronos, que é um deus poderoso e implacável. E isso paga-se caro. Tanto literalmente como existencialmente.